Segunda-feira, 28 de Maio de 2007

(...)

A entrada da cidade

onde fizeram o cais,

á direita está o Pilar

onde botam os sinais.

Á frente vai o caminho

do porto atravessado,

que vai ter direito à praça,

ao açougue e ao mercado.

À esquerda ‘sta linda obra

(‘sta feita à vontade minha)

basta ela ter o nome

praça da nossa Rainha.

Ávante tem cinco fontes

mesmo pela natureza;

em cima delas está

Palácio da Fortaleza.

Está muito bem construído

com as suas bocas ao mar;

é aqui a residência

do Comando Militar.

Á direita as Obras Públicas

onde há senhores de bem,

mas trabalhos do Estado

bem poucos o Norte tem.

Mais àvante está o Passeio

colocado mesmo em frente,

onde se vê a passear

muita  pessoa decente.

Á esquerda está o jardim

que é o recreio do Funchal,

foi feito pela Senhora

Câmara Municipal.

Na frente tem o Teatro

na mesma localidade,

é um edifício bonito

que dá importância à cidade.

Á direita está a Sé,

a casa da oração,

onde a gente vai orar

p´ra tratar da salvação.

A igreja é nossa mãe

na portuguesa nação.

Está em frente do Passeio

esta bela Catedral,

mais adiante se encontra

o Banco de Portugal…

Entre as casas do Estado

e da Câmara Municipal,

há outras mais importantes

do comércio do Funchal

O primeiro negociante

que é homem muito feliz,

tem a sua casa em frente

do Largo do Chafariz.

O nome deste senhor,

deste nobre cidadão,

está escrito em sua casa

num renque de guarnição.

Sabemos na nossa ilha,

sabem todos em geral,

que é a “Casa Portuguesa”

a “Grandela” do Funchal.

Nos seus enormes depósitos

tem força de capitais,

de fazendas estrangeiras

e também nacionais,

desde o pano cru do pobre

até aos finos diagonais.

E quem comprar nesta casa

pode ter toda a certeza

que encontra fazenda fina

de extrema baratesa;

é p´lo pessoal tratado

com toda a delicadeza,

quer seja pessoa nobre

ou quer seja camponesa.

É por isso que esta casa

com enorme freguesia,

armazéns e pessoal

aumenta de dia a dia.

E então centos d´adelos,

que correm a ilha inteira,

fornecem-se n´esta casa,

a primeira da Madeira.

Temos o “Bazar do Povo”,

poucos passos adiante…

loja de quinquilherias

é esta a mais importante.

Entrar no estab´lecimento

tão belamente sortido

é, sim, da gente ficar

mesmo com queixo caído.

E pela escada-caracol,

quem subir ao outro andar

é que vê maquinismos

tudo ali a funcionar:

máquinas de tirar retratos,

outras máquinas de cortar,

umas de imprimir livros

e outras de perfurar.

artigos ali em depósito

não se pode numerar.

P´ra se poder descrever

o que ali vai em cabedal

era preciso um bom livro

muito maior c’ um missal.

É, assim, o “Bazar do Povo”

o que mais fregueses tem

porque vende mais barato

servindo a todos bem.

Nunca havíamos de pensar

dentro da nossa cidade

haver iluminação

por meio d´electricidade,

que hoje está funcionando

com rica claridade!

Até o povo do Norte

está todo mais contente,

devido à Senhora Câmara

e ao ilustre presidente.

Câmaras assim, meus senhores,

com boa administração,

tendo bons vereadores

importância à ilha dão

e ganho aos trabalhadores.

E as freguezias visinhas

ficam com amior valor;

São Pedro e Santa Luzia

e Santa Maria Maior

e as outras freguesias

que lhe ficam ao redor…

E ainda não falámos

num jardim de maravilha,

que é a floresta do Monte

a Sintra da nossa ilha;

o Monte está num jardim,

tem ali belos recreios

com calçadinhas bem feitas,

com bancadas e passeios.

Até o largo da Fonte,

onde está Nossa Senhora,

foi transformada de novo,

ficando mais belo agora.

Mas a esta freguezia

o que lhe dá maior valor

é a simpática companhia

do Comboio-Elevador.

Meus senhores, na verdade,

aquilo é um grande invento!

Estar a gente na cidade

e ir ao Monte num momento!

Foi p´ra nossa ilha inteira

um grande melhoramento!

Tem toda a nossa Madeira

muito encanto e boniteza

tanto em muitas obras d’ arte

como nas da Natureza.

Medidas pelos antigos,

por gente de entendimento:

tem nove léguas de largo,

dezoito de comprimento.

Eu quero lá explicar;

os senhores notem bem:

freguesias quarenta e oito

que a nossa Madeira tem;

todas as quarenta e oito

por elas eu já passei;

o norte apenas tem doze

e o Sul tem trinta e seis.

O mais alto desta ilha

é a montanha mui forte,

é o alto do Pico Ruivo

que divide o Sul do Norte.

Agora vou terminar

que julgo não ser preciso

dizer mais, p´ra demonstrar,

que a Madeira é um paraíso.

 



publicado por BMFunchal às 22:00
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