Quarta-feira, 25 de Junho de 2008

 

 

Nasceu na freguesia de Santo António, Funchal, a 12 de Dezembro de 1919.

Era filho de João Baptista Serrão e de Cristina Gomes Lume.

 

Terminou o curso do Liceu Nacional do Funchal em 1939, após o qual se matriculou em Ciências Históricas e Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

 

Passou grande parte do tempo entre a docência e a investigação histórica e ensaística.

 

Entre 1948 a 1971 foi docente no Liceu Nacional de Viseu, Liceu Nacional do Funchal, Liceu Nacional de Setúbal e Liceu Nacional de Passos Manuel, Lisboa.

 

Em 1972 foi docente na Universidade Técnica de Lisboa. Em 1975 foi nomeado professor catedrático da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa.

 

Em 1979 é convidado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

 

Na sua investigação histórica, optou pela história contemporânea de Portugal

 

Casou com Celestina dos Anjos Pereira Serrão, de quem teve 3 filhos.

 

Tem uma vasta obra publicada. Poderá consultar na Base Nacional de dados bibliográficos.

 

Faleceu a 5 de Março de 2008.

 

Ainda a propósito deste historiador, recentemente falecido, gostaríamos de vos reencaminhar para o artigo do JL que faz uma justa homenagem ao historiador.

 

 

Algumas opiniões sobre Joel Serrão:

Admirava a sua perspicácia e finura, o modo como interpretou fontes literárias do séc. XIX, do ponto de vista da História e do Pensamento. Além disso, o trabalho que fez como director do Dicionário de História de Portugal foi muito importante para a renovação da historiografia portuguesa no fim do antigo regime. (…)”

 

» José Mattoso

 

(…)“Com uma grande abertura e cultura, Joel Serrão foi dos últimos historiadores a estudar várias épocas históricas. Embora se tenha especializado no séc. XIX, nunca deixou de ser um grande historiador generalista. Foi com Oliveira Marques e Borges Macedo um dos grandes vultos históricos que fundaram a História Contemporânea.

Traído pela vida, morreu antes de morrer – esteve doente nos últimos 15 anos. Foi uma verdadeira perda para a cultura e para a historiografia contemporâneas. Tinha por ele uma grande admiração e carinho. Era um mestre no verdadeiro sentido do termo: acho que todos nós o procuramos imitar um pouco.”

 

» Fernando Rosas

 

Deste autor, a BMF possui:

 

Cesário Verde: interpretação, poesias dispersas e cartas. 2ªed. Lisboa: Delfos, 1961.

 

Dicionário de História de Portugal. Lisboa : Iniciativas Editoriais, 1971. (4 vols)

 

Iniciação ao filosofar. Lisboa : Livraria Sá da Costa, 1970

 

Da Pré-história à História: homenagem a Octávio da Veiga Ferreira. Lisboa : Delta, 1987

 

Roteiro de fontes da História Portuguesa Contemporânea. Lisboa: INIC, 1989

 

Sobre Antero pós-fradiqueiro. Atlântico: Revista de temas Culturais. Nº2. (1985) p.89-93

 

Sobre a filosofia de Antero: Cerca de 18884-1885. Atlântico: Revista de temas Culturais. Nº 19. (1989). p.221-224

 

Temas históricos madeirenses. [Funchal]: CEHA, 1992.

 

Rendimento das alfândegas do Arquipélago da Madeira: 1581-1587. Das artes e da História da Madeira. Vol. 1, nº5 (1951). p.1-5 ; V.1, nº6 (1951).p.14-18.

 

Na Alvorada do Mundo Atlântico: primórdios da colonização da ilha da Madeira: 1425-1470. Das artes e da História da Madeira. Vol.6, nº31 (1961).  p. 1-9.

 

Jornal de Letras. Ano XXVIII, nº 977 (12 a 25 Mar.) 2008. p.8-9

 

 

Bibliografia consultada:

 

CLODE, Luís Peter – Registo bio-bibliográfico de madeirenses: Sécs. XIX e XX. Funchal: Caixa Económica do Funchal, [1983].

 

Jornal de Letras. Ano XXVIII, nº 977 (12 a 25 Mar.) 2008. p.8-9

 

Imagem retirada de

http://embaixada-portugal-brasil.blogspot.com/2008_03_09_archive.html

 

Mais informações na Internet:

http://dn.sapo.pt/2008/03/07/artes/um_pioneiro_estudo_sec_portugues.html

 

Ler post anterior da BMF  http://bmfunchal.blogs.sapo.pt/18978.html

 



publicado por BMFunchal às 12:01
Segunda-feira, 16 de Junho de 2008


 

Carlos Santos nasceu a 22 de Julho de 1893, na freguesia da Sé, Travessa do Forno 5, Funchal.

Era filho de João Pontes dos Santos e Maria Teodora Fernandes.

Casou com Maria Antonieta da Silva, natural de Santa Luzia, Funchal, de quem teve três filhas e um filho.

Trabalhou na indústria dos bordados desde 1908.

O seu nome está ligado à história do folclore na Madeira.

Era um autodidacta e, desta forma, aprendeu a tocar braguinha e bandolim.

Com 20 anos fundou um pequeno grupo de bandolins que realizou concertos em Machico e em Porto Santo.

Em 1928 foi convidado a dirigir o grupo “6 de Janeiro”, cujo nome foi depois mudado para “Círculo Bandolinista da Madeira”.

 

 Legenda: O Sr. Carlos Santos, chefe do Grupo Folclórico da Camacha, que por terras de Espanha e França tem demonstrado ser um ás na arte de dar à canela, para gáudio e glória do seu organizador Dr. Ferreira de Nóbrega.

Desde 12 de Junho de 1927 trabalhou no periódico “O jornal”, periódico este que, a partir de 1954 passou a designar-se “Jornal da Madeira”.

Em 1932 foi nomeado Chefe de Redacção do referido periódico.

 

Faleceu a 6 de Outubro de 1955 aos 68 anos. Está sepultado no Cemitério da Nossa Senhora das Angústias, São Martinho, Funchal.

 

Ler mais no Jornal da Madeira. [PDF] 729 KB

 

 

Bibliografia:

 

Tocares e cantares da ilha: estudo do folclore da Madeira.  Funchal:   1937

Trovas e bailados da Ilha: estudo do folclore musical da Madeira. Funchal:    1942

O traje regional da Madeira: Estudo. Funchal:    1952

Escreveu ainda: Derradeiro minuto; Cabeça de Cristo na agonia; Marítimo; Bailarina oriental e tem também alguns artigos na revista Das artes e da história da Madeira.

Segundo CLODE, estaria a preparar um Dicionário universal de música que não chegou a terminar.

Texto: 

CLODE, Luís Peter – Registo bio-bibliográfico. [Funchal]: Caixa Geral de Depósitos, [1983]. p.424-425.

Imagem:

 Re-nhau-nhau. 2 Abril 1951.p.1. - Legenda: O Sr. Carlos Santos, chefe do Grupo Folclórico da Camacha, que por terras de Espanha e França tem demonstrado ser um ás na arte de dar à canela, para gáudio e glória do seu organizador Dr. Ferreira de Nóbrega.

 

 

  

Para mais informação poderá também consultar nesta biblioteca a Revista Xarabanda. Edição especial de 22 Julho 1993.

 

 



publicado por BMFunchal às 10:00
Sexta-feira, 13 de Junho de 2008

 

 

 

 

 

 

 

 

 Poema de Cinza

 

 

À memória de Fernando Pessoa

 

 

Se eu pudesse fazer com que viesses

Todos os dias, como antigamente,

Falar-me nessa lúcida visão –

Estranha, sensualíssima, mordente;

Se eu pudesse contar-te e tu me ouvisses,

Meu pobre e grande e genial artista,

O que tem sido a vida - esta boémia

Coberta de farrapos e de estrelas,

Tristíssima, pedante, e contrafeita,

Desde que estes meus olhos numa névoa

De lágrimas te viram num caixão;

Se eu pudesse, Fernando, e tu me ouvisses,

Voltávamos à mesma: tu, lá onde

Os astros e as divinas madrugadas

Noivam na luz eterna de um sorriso;

E eu, por aqui, vadio de descrença,

Tirando o meu chapéu aos homens de juízo…

Isto por cá vai indo como dantes;

O mesmo arremelgado idiotismo

Nuns Senhores que tu já conhecias

- Autênticos patifes bem falantes…

E a mesma intriga; as horas, os minutos,

As noites sempre iguais, os mesmos dias,

Tudo igual! Acordando e adormecendo

Na mesma cor, do mesmo lado, sempre

O mesmo ar e em tudo a mesma posição

De condenados, hirtos a viver

Sem estímulos, sem fé, sem convicção…

 

Poetas, escutai-me: transformemos

A nossa natural angústia de pensar –

Num cântico de sonho!, e junto dele,

Do camarado [Sic] raro que lembramos

Fiquemos uns momentos a cantar!

 

António Botto

 

 

Antologia de poemas portugueses modernos por Fernando Pessoa e António Botto. Coimbra: Nobel, 1944. P.189-190.

 

 

Ver lista de obras existentes na BMF [PDF]  38 KB

 

 



publicado por BMFunchal às 22:26
Sexta-feira, 13 de Junho de 2008

 

 

 

A BMF recebeu novos livros da editora: Funchal 500 anos.

A partir de hoje poderá consultar as seguintes obras:

 

 

> Canga – Horácio Bento de Gouveia

> O coleccionador de especiarias = The Spice collector – Ramesh Gunesekera

> Maior do que a lenda – António Castro

> Phelps: percursos de uma família Britânica na Madeira de Oitocentos – Cláudia Faria Gouveia

> Guia dos Jardins do Funchal – Raimundo Quintal

> Novo romanceiro do Arquipélago da Madeira – Pere Ferre Sandra Boto

> Ilha 5 – Irene Lucília Andrade, e outros; Pref. Ernesto Rodrigues

 



publicado por BMFunchal às 22:16
Quarta-feira, 04 de Junho de 2008

 

 

“Olhamos para terra e temos diante de nós o maravilhoso anfiteatro do Funchal que se eleva até mil e tantos metros e onde, sobre um fundo contínuo de verdura, se espalham por toda a parte as casas; em baixo a aglomeração mais densa da cidade e pela encosta acima, por toda a parte, mais dispersas, as casinhas alvíssimas da Madeira que já fomos encontrando pelo caminho ao longo da encosta e tornaremos a ver seguidamente, povoando em aglomeração densíssima a ilha toda, durante todo o tempo que ali estivermos.

Desembarcamos, demoramo-nos uns dias, percorremos a Ilha em passeios de encantar e ficamos avassalados pelo charme inconfundível que se já nos captara de entrada a continua a enlear-nos sempre até à partida.

De princípio entregamo-nos inteiramente a esse sortilégio, sentimos-lhe apenas a intensidade espantoda e não analisamos.

Depois, agora mais a frio, procuramos descobrir quais os elementos de que esse charme se compõe e rapidamente os encontramos.

Em primeiro lugar, os planos mais próximos dos nossos olhos estão cheios de motivos que nos atraem imediatamente, já pelo curioso, já pela beleza que contêm. Vemos uma ou outra rapariga, composta com os trajes regionais de cores intensas, arranjo já artificial para exposição turística, mas sempre belo pela riqueza do colorido. Pelo campo vemos homens com barretes castanhos ladeados de pestanas ponteagudas de vilão e tudo isso nos interessa. Encontramos constantemente os trenós de patins de madeira – as típicas corças – que se usam para carrear lenha, fardos ou barris. Vemos amiúdas vezes homens a transportar aos ombros o vinho em odres de forma arcaica. Topamos depois as casas de tecto de colmo, descobrimos que as espigas de milho secam ao sol penduradas em árvores e tudo isso são motivos novos que nos prendem os olhos.

Os carros de bois sobre patins de madeira, guiados por homens com chapéus redondos azuis e brancos, os cestos em que descem da montanha em rápida corrida ... Ler mais  [PDF] 35,4 Kb

 

 

Imagem:

MILES, Cecil H. - Glimpse of Madeira. London: Peter Garnet, 1949.

Texto:

SANTOS, Carlos – Ilhas e maravilhas: apontamentos duma viagem à Madeira e  Açores.  Lisboa: [Tip.Ideal], 1949.  P. 11-14.



publicado por BMFunchal às 10:34
mais sobre mim
Junho 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
14

15
17
18
19
20
21

22
23
24
26
27
28

29
30


links
pesquisar neste blog
 
subscrever feeds