
“ O trabalho é um médico celeste que
Deus abeira de nós nas enfermidades do
espírito, no sofrer do coração e que neste
derrama o precioso bálsamo extraído das
santas flores do Evangelho”
A justiça de Deus
Destacou-se nas letras madeirenses com a publicação de vários romances e novelas. Além disso foi jornalista.
A sua obra mais emblemática é, sem dúvida, “A Mão de Sangue”, recentemente reeditada pela editora madeirense Calcamar .
Nasceu no Estreito de Câmara de Lobos a 24 de Agosto de 1863.
Segundo CLODE 1983 começou por ser aprendiz de tipógrafo, tendo depois frequentado aulas no Liceu do Funchal.
Foi director e redactor de O Direito, jornal regional que teve início em 1857-1861 e depois de alguns anos de interregno voltou a circular (entre 1880 a 1909).
Desde a adolescência sofria de uma enfermidade que lhe tolhia os passos. Segundo GRAÇA; SANTOS 1991 “…a sua infelicidade era atenuada pela visita de amigos a quem ditava o que necessitava escrever.”
Embora se tenha destacado no romance, João Augusto de Ornelas também escreveu poesia. O poema “À morte” que aqui colocamos foi retirado do espólio de Florival de Passos, pelo que não faz referência à fonte.
Faleceu no Funchal a 11 de Julho de 1886, aos 52 anos.
Transcrevemos parte da notícia de "O Direito" de 21 de Julho desse ano.
Bibliografia:
A Arrependida: romance. [Funchal]: Tipografia do Direito, 1872
Maria: páginas íntimas. Lisboa: Tipografia Universal, 1873.
A mão de sangue. [Funchal]: Comércio do Funchal, [1874].
A Justiça de Deus: romance. Funchal: Tipografia do Direito, 1877
A Madeira e as Canárias. [Funchal]: Tipografia do Direito, 1884.
O enjeitado: romance original com uma carta-prefácio de M. Pinheiro Chagas. Porto: Empresa de Obras Populares Ilustradas, 1886.
Bibliografia consultada:
CLODE , Luís Peter – Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses: Séc. XIX e XX. Funchal: Caixa Económica do Funchal, [1983]. p.351.
GRAÇA, Freitas; SANTOS, Manuela – João Augusto d’ Ornellas (1833-1886). Girão. Estreito Câmara de Lobos: G.D.E. Nº 6 (1991), p. 246-248.