Terça-feira, 21 de Agosto de 2007

Retirado do livro: A Voyage round the world in his Britannic Magesty’s sloop: Resolution. London: 1797, traduzido por António Marques da Silva, transcrevemos parte das impressões deste naturalista sobre a cidade do Funchal

 

 

“ (…) Na manhã do dia 29 [quarta-feira, 29 de Julho de 1777][1]  fomos agradavelmente surpreendidos pelo aspecto pitoresco da cidade do Funchal que se ergue em anfiteatro, à volta da baía, sobre as suaves elevações das colinas mais próximas. Deste modo surgem embelezados os edifícios públicos ou particulares. Geralmente são completamente brancos, muitos com dois andares e cobertos por telhados baixos, pelo que adquirem esse elegante estilo ocidental e aquela simplicidade, de que são inteiramente desprovidos os nossos estreitos edifícios com seus telhados agudos e a densa aglomeração de chaminés. À beira-mar encontram-se algumas baterias e plataformas com canhões. Um castelo antigo, com vista sobre todo o porto, ergue-se no cimo do íngreme e negra rocha, rodeada pelo mar na maré alta. Os ingleses chamam-lhe Loorock [Ilhéu da Pontinha]. Numa elevação vizinha, acima da cidade, existe outro chamado San João do Pico ou o castelo de S. João. As colinas ao fundo da cidade ajudam a completar a beleza da paisagem, cobertas como estão de vinhedos, tapadas, plantações e bosques, alternando com as casas de campo e algumas igrejas. no conjunto isto pareceu-nos um jardim de fadas e possibilitou-nos conceber algumas ideias acerca dos jardins suspensos da rainha Semiramis. (…)

A cidade está longe de corresponder às expectativas que se geram ao ser observada do porto. As ruas são estreitas, mal pavimentadas e sujas; as casas, construídas de pedra ou tijolo, apresentam-se escuras e apenas algumas das melhores, pertencentes a comerciantes ingleses, exibem janelas com vidros; todas as outras possuem, em seu lugar uma espécie de gradeado suspenso em dobradiças e que pode ser eventualmente levantado. Os rés-do-chão, na sua maioria, são destinados a habitação de criados ou armazém. (…)”

 

FORSTER, George; trad. SILVA, António Marques da - Uma visão da Madeira: viagem à volta do mundo no navio “Resolution” sob o comando do capitão COOK (1772-75) In Atlântico: Revista de Temas Culturais. Nº 5 (Primavera 1986). Funchal: António E. F. Loja. p. 69-78

 

Imagem retirada deste sítio onde poderá saber mais sobre Gerge Forster:

http://en.wikipedia.org/wiki/Georg_Forster

 



[1] A informação em parêntesis recto foi retirada das notas do referido artigo.

 



publicado por BMFunchal às 16:37
mais sobre mim
Agosto 2007
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

13
14
15
16
17
18

19
20
22
23
24
25

26
27
29
30
31


links
pesquisar neste blog